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O mistério ou a lenda dos quadros das crianças que Choram

O que foi a lenda?

Nos anos 80 diversas casas misteriosamente pegaram fogo na Inglaterra, em eventos que muitas vezes causaram a morte de algum dos moradores. Estranhamente todas as casas tinham uma assustadora coincidência, a presença de um quadro de uma criança chorando. Este quadro sempre permanecia intacto após o incêndio, mesmo nos ambientes mais destruídos.

Como surgiu a lenda?

A lenda do quadro das crianças que choram começou na Inglaterra, mais precisamente, em julho de 1985, o tabloide britânico The Sun publicou uma matéria sobre um incêndio numa casa no norte da Inglaterra. O único objeto a sobreviver ao fogo foi a pintura de uma criança chorando, assinado por um pintor chamado Giovanni Bragolin. Um bombeiro declarou haver vários outros incêndios nos quais apenas o quadro da criança triste sobrava

A lenda dizia que pintor responsável pelos quadros, o italiano Giovanni Bragolin, estava na miséria. Desesperado, ele apelou para um pacto demoníaco. Mas ele foi esperto. Ao invés de oferecer sua alma, ele ofereceu as almas de quem comprasse seus quadros. O pacto seria que ele não mais pintaria crianças felizes, passaria a retratar crianças chorando, por circunstâncias retratadas de forma subliminar no próprio quadro.

Na noite do pacto, Giovanni teve um sonho, onde 28 crianças foram torturadas e sacrificadas num tipo de ritual, onde elas choravam e imploravam por clemência.

No dia seguinte, ele pegou tinta e tela e começou a fazer as pinturas para depois vende-las. As pinturas fizeram muito sucesso, e logo os quadros de Giovanni começaram a serem reproduzidos em série. Bragolin usou formas subliminares para mostrar que as crianças estavam mortas. A principal seriam as pupilas dilatadas.

Relatos contam que assim que os quadros são levados para casas, o maus agouros iam junto. Pessoas perdiam empregos, adoeciam. Quando os quadros já estavam numa quantidade considerável de lares, os incêndios começaram. Os bombeiros nunca conseguiam encontrar a causa, até que começaram a associar ao quadro pois, mesmo numa residência reduzida a cinzas, ele nunca era muito afetado.

O tabloide Sun, e em particular, seu editor Kelvin MacKenzie, publicaram uma nota em 4 de setembro de 1985, bradando a “Flamejante Maldição do Garoto em Lágrimas", alegando que a “pintura é a causa de incêndios", o Sun conseguiu criar um frenesi popular em torno da lenda.

No auge do pânico, o Sun iniciou uma campanha para que os ingleses se desfizessem das imagens malditas. Semanas depois, conseguiu promover uma grande queima de 2.500 quadros enviados por seus leitores.

Também há alegações de que ele fugiu para a Espanha após a guerra, e teria usado as crianças de um orfanato local (posteriormente incendiado) como inspiração para as pinturas. Há ainda outra lenda de que um bombeiro ao relatar que em incêndios ocorridos na Inglaterra, nos anos 70, estranhamente os quadros não se queimavam.

Arrependido o pintor teria aparecido em programas de televisão apelando para que as pessoas jogassem fora suas reproduções. Talvez o fato de o Fantástico ter noticiado o assunto nos anos 80 explicaria como a lenda se tornou tão famosa também por aqui no Brasil, onde os quadros também foram comercializados nos anos 1980.

Em outra versão um dos garotinhos morria de medo do fogo e, para fazê-lo chorar para a pintura, Amadio segurava fósforos queimando diante de seu rostinho. Ainda de acordo com essa versão da lenda, o menino teria falecido algumas semanas após a obra ser finalizada, e o artista durante um incêndio terrível em sua casa — só para constar, segundo os registros, o italiano nasceu em 1911, e veio a falecer apenas em 1981.

Análise de alguns poucos quadros:

Quadro 1: No quadro existe um rosto subliminar desenhado no plano de fundo o qual destaquei o local aonde ele está inserido, parecendo uma caveira

Quadro 2: Virada de lado, pode-se ver um tipo de peixe (ou um cachorro, não sei) devorando a criança.

Quadro 3: Pode-se ver claramente a falta de um braço, sutilmente escondido pela manta de carmim que cobrem os ombros. Também percebe-se que o braço da menina deveria ser demasiadamente grande para encontrar-se com seu cotovelo,visto que o antebraço se posiciona de forma totalmente incoerente. Após estas avaliações,infere-se que esta menina esteja esquartejada e que seu braço esquerdo esteja jogado por sobre seu corpo, ou ela foi morta e carregada por um braço de um homem como um tipo de “encomenda”. Também pode-se notar que, o que parece ser gotas de sangue escorrendo, na verdade é sua manta desfiando.

Em museus da Europa é possível se encontrar as réplicas e os originais. Foram muitos os quadros pintados com este tema.

EXPLICANDO A VERDADE

A ansiedade generalizada ante estas histórias, levou o Serviço de Bombeiros a emitir uma declaração que tinha como objetivo desacreditar a conexão entre os incêndios e os quadros. Foi assinalado que o incêndio mais recente foi iniciado por um fogão elétrico bem perto de uma cama. O Chefe de Divisão, Oficial Mick Riley disse que um grande número de quadros haviam sido vendidos e "qualquer relação com os incêndios é pura coincidência ... os incêndios não se iniciam de imagens ou uma casualidade, senão por atos negligentes e omissões". Riley revelou então a própria explicação do serviço de bombeiros: "A razão pela qual, esta imagem nem sempre foi destruída pelo fogo, é porque está impressa em tábuas duras de alta densidade, que são muito difíceis de queimar." O chefe de bombeiros Alan Wilkinson, constatou pessoalmente que havia registrado 50 incêndios em casas que possuíam "quadros de crianças chorando" em 1973, mas recusou fazer qualquer conexão com o sobrenatural, ao comprovar que a maioria dos incêndios havia sido causado por negligencia humana.

Conclusão

Os quadros eram produzidos em larga escala e tinham mais de um autor. Obras da escocesa Anna Zinkeisen, que tinha uma série de retratos de crianças chorando intitulada Childhood, também estavam no meio da polêmica começada pelo The Sun

Bruno Amadio, o tal pintor maldito por trás de “Giovanni Bragolin”, era italiano, e não espanhol, como muitos afirmam. Ele criou a série para ganhar dinheiro, mas também pintava paisagens e natureza-morta

Os modelos para os 27 ou 28 quadros produzidos por Amadio foram crianças de Veneza achadas em escolas e parques e dizem que, como o pintor presenciou as duas grandes guerras, essas crianças tinham perdido os pais durante os conflitos.

Não há qualquer evidência de que Amadio, que morreu em 1981, tenha dado uma entrevista ao Fantástico na década de 1980

Nos anos 1980, o The Sun enfrentava uma rivalidade acirrada com o Daily Mirror, e o editor Kelvin MacKenzie alimentou e esticou a história devido a seu aspecto sensacionalista. A maioria dos incêndios ligados aos quadros tinha explicação lógica

Acredita-se que os quadros não queimavam porque eram impressos em compensado de alta densidade, que demora a pegar fogo.

Abaixo podem conferir mais quadros.

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